sábado, 19 de março de 2011


Nem todos os tijolos são grandes e vieram de demolição.
Lição programada para ensinar que nem tudo precisa se repertir à exaustão.
Gente se repete como gente de todos os lugares, repetidas em gente de ação repetitiva.
Nós somos interpretação.
Façamos juz a isso, sejamos interpretativos à nossa maneira.
O retorno e o entorno dos maneiristas.
Não precisamos seguir o rastro do vinil riscado.
Basta que sejamos a caixinha de fósforos pesando sobre a agulha do toca discos.
O disco vai tocar a nossa música arrojada.
Sabemos que não precisamos esperar uma outra toada.
Podemos, devemos e vamos propor uma nova pegada.
Uma pegada de pés estranhos, estrangeiros na sua própria terra.
Reside aí a coisa boa e não o tóim, embora tudo aquilo que nós admiramos, nos salta aos olhos justamente por ser tóim, ou chique.
Chique de uma chiqueza bem simples, sem revolteios, ou utilidades.
Tóim de uma feiura degustável e inútil.
Hoje, é útil pensarmos em arte como algo pessoal e intransferível, porque é dessa forma que ela nada tem a ver com o capital.
Todo mundo é colocado à prova pelos cientistas artistas visuais e quase todo mundo não tem essa ciência.
Paciência, todo mundo continuará sendo tocado e repetindo a toada que o artista útil e marqueteiro toca.
Nosso pecado capital é não ter verba para bancar o banco de imagens, sons e gestos.
A capital do nosso estado de coisas é a pequena loucura que incomoda a acomodação dos desabitantes do interior.
É habitual que isso ocorra, é a força do hábito.
A nossa renda é a portuguesa, a pernambucana, é a que a aranha tece.
Hoje, assim como ontem, pretendemos subir pelas paredes dos banheiros, com as pernas longas e os pés gajosos tocando de leve o azulejo liso