quarta-feira, 16 de março de 2011


Dia cinza abre uma janela escancarada.
Janela interna que traz pra fora muita fumaça e cinzas.
Quanta coisa guardada dentro da casa que suporta tanta ventania e enxurrada.
Aguarda sustentada por toras alicerçantes vindas de histórias reais que treinaram sua seiva.
Essas toras não são secas nem cascudas, ainda reina nelas o sangue sugado da terra úmida.
Todo esse território é jardim redondo.
É nesse jardim que arredondam-se as conquistas e as lutas por tudo aquilo que é justo.
Justamente em dias cinzas é que os olhos entram pela janela e expiam a tristeza, espiando a realidade nem sempre tão justa.
A janela e seus vidros redondos, circulares, fazendo circular as lembranças, asas justas da memória.
O dia e a saída segura.
Não segure-se não.
Pule a janela e revisite seus sonhos e sua força da caixinha.
A sua força me força a ser mais forte.
Formemos portanto, uma orquestra sincera e melódica.
Toque seu pulso e sinta a sua verdade tocar-lhe as toras.
Sustentar-se-á com essa certeza e seu tear tecerá mais imagens e relíquias.
A caixinha de música teve a corda toda revirada.
A sua bailarina dança e sua leitura vai tornando-se ainda mais perfeita.
O seu texto vai amanhecendo um dia claro, um arco.
A sua íris aparece subindo leve, por trás das montanhas admirantes