domingo, 13 de março de 2011

Um desafio.
Mais um entre tantos, assim como cruzar fronteiras.
Nas mãos um caderninho laranja, cor da laranja de suco doce, levemente cítrico, para que o encontro tenha alguma espectativa e possa trazer alguma surpresa.
Quase todo mundo sabe que no começo tudo são flores, o que eles não sabem é que algumas flores podem viver suas cores por longos anos.
Uma quantidade verdadeiramente grande deles.
Uma corrida com barreiras admite até que se toque algumas delas, permite até que algumas sejam derrubadas, tamanha é a força e a vontade da persona que põe-se nessa luta e devoção.
Hoje não concordei com a frase de um escritor muito famoso publicada num vídeo cartaz dentro do metrô.
A frase expressava que quando pensamos demais nos outros corremos o risco de não pensarmos na gente mesmo.
Tenho quase certeza que sempre que pensamos em fazer algo aos outros, o que move essa decisão é uma infindável vontade de fazer feliz a nós mesmos.
Como é bom ver um sorriso largo, uma alegria não contida na outra persona.
Dá até uma explosão de cores e risos dentro da gente, quanto bem que traz, quanta vontade de viver mais a gargalhada.
A verdade é que pensamos muito em nós mesmos e adoramos essa tarefa, mesmo que pareça a princípio tão desafiadora.
Vi de longe, na caminhada que fiz entre a rodoviária da manchester e a casinha em votorantim, algo que me pareceu ser uma raposa, porém ao chegar mais perto vi que se tratava de cimento e tijolo jogados num canto.
Uma mistura jogada no terreno baldio que trouxe-me de presente o animal.
Pensei até em fotografar, porém não o fiz, já que sabia que iria escrever sobre isso.
Imagem descrita e trasncrita.
Pensei também que muita gente irá pensar tratar-se de uma loucura qualquer, pois que seja uma pequena loucura então.
Ando meio complacente com as expectativas das pessoas sobre as visões translúcidas dos que teimam em achar figuras nos ladrilhos brancos do banheiro.
Uma viagem inteira de ônibus e tanta coisa pra colocar e recolar na lembrança, desafiando tudo isso a virar expressão artística poética, nos momentos de observação reservada para ser presente para o outro.
Comunica-se tanto quando o pescoço puxa a cabeça pra frente e traz o corpo pra traz, somando tudo isso a um passinho mais pra frente, representando numa doutora,antedidática expressão da medicina.
Essa última frase só foi escrita pra que vocês possam exercitar a integração imagética com a verdade dos fatos.
Penso e desafio minhas patas a colorir com desenho algo plano ou volumétrico.
Isso faz parte de um enredo maior que inclui a beleza matérica e a destreza etérea do riso.
Riso esse, que é um instrumento mágico de introdução do corpo no tempo e no espaço.
Quanto tempo demora para o passado ser passado a limpo?
A limpeza dos gestos é proporcional ao tamanho da vassoura transformada em coroinha