quarta-feira, 9 de março de 2011


Amanheceu.
Dia bonito, azul, luz de fora e luz de dentro.
Caminharei nesse observatório e em todos os seus pedaços com visão periférica.
Assim como os olhos de lince, os meus se pretendem ligeiros.
Achar um vidro totalmente transparente para entregar ao velhinho que o procura.
Dentro dele coisas multicores, talvez com a predominância de um vermelho de rubricidade par.
Contas a pagar, objetos a doar com clareza e objetividade.
Um dia como outro qualquer não seria e não há.
Os dias amanhecem sem sombra de dúvida e recheado delas ao contrastar com as casas, os prédios e tudo o que pode haver dentro deles a se destacar pela aparência.
Vamos pra lida, afinal lidar com as multicores das tarefas e dos serviços é o nosso empregar de forças.
Impregnar o emprego de surpresas.
Surpreender positivamente, já que o negativo revela as mazelas de um mundo feinho e obscuro, maquiado pelo enredo das novelas bufas.
A mooca sim, essa sim, vem com sotaque e alegria estampados nas gargalhadas todas.
Tenho um lembrança da cantina da escola: Pão furado com recheio de carne moída.
E não é que a guloseima é chamada aqui de carne loka?
Sim, loucos somos nós que travestimos essas coisas todas de um interesse incomum e lírico.
Tal qual gosto da palavra moderno, gosto do lírico.
Tudo aquilo que pode e deve ser transmutado em poesia.
Você e o seu repertório poético revelam de longe a sua competência.
Hábil.
Vejo-te daqui, limpando com poesia, tudo aquilo que permanecia guardado de algum modo nas suas estantes