domingo, 27 de fevereiro de 2011


Eu adoro a palavra moderno.
Contemporâneo é o nosso tempo, o tempo que a gente vive, respira e vira terrestre, já, agora.
Moderno é um tempo e uma ação transformadora mais direta ainda.
Ser moderno demanda cintura e o jogo dela, demanda fazer o giz virar uma carinha feliz, um totem.
Nas mãos do aluno muito jovem, uma folha de árvore bem verde foi costurada com capim bem fino.
Isso é moderno.
Uma coisa útil, além da conformidade do café da manhã, do almoço e da janta.
As informações são muitas, com muitos sons, cores, tons e a gente vai tratando de colocá-las todas juntas no nosso inconsciente.
Existem os que dizem que algumas dessas informações a gente até descarta.
A ciência vai demonstrando, as faculdades fazem pesquisas técnicas, vão montando padrões, arrumando as pessoas em nichos, tribos, e essas, vão fazendo as mesmas coisas e ganhando personalidade de números, para que, com o passar do tempo, possam ser medidas exatamente nos seus processos de ação unificados e globais.
Isso é contemporaneidade.
Moderna é a atmosfera da dúvida e da curiosidade, observada pela aranha que vai ficando emocionada ao perceber-se espasmódica.
Que maravilha a oportunidade que uma tela de rolo tem pra tornar-se aparecida.
Que modernidade há no tecido branco a espera das dúvidas todas que aparecerão antes da primeira pincelada celestial, já que orientada foi a acionista, de que a tinta pode perturbar-lhe o sono.
O sono é totalmente moderno, já que está sendo alimentado por pastilhas receitadas, posto que o diagnóstico impreciso foi preciso para que o sujeito se percebesse mais um.
Mais uma vez o moderno insiste em transpor o óbvio e adverte o pincel atômico, que ele deve escrever em todas as direções para ver se acerta na ortografia.
O pincel atômico foi colocado na frase devido a sua modernidade, na verdade o objeto usado foi uma caneta recheada com aquarela para tecido.
Moderna é a espera pela primeira lavagem.
Um tom a menos, como escrito no texto anterior, tendo na pauta o contraste que alivia e força a leitura.
Força, mas não oprime, imprime a imprecisão, alerta, mas não obriga, abriga a ação que pode não vir.
Lê quem quer.
Eu adoro o ato moderno, e hoje você me ensina com o método da objetividade louca, a modernizar o meu discurso.
Meu discurso é de confeiteiro, que nem que nem meu nono.
Meu curso é doce e o céu é de brigadeiro, atordoadinho