quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011



O espelho embaçado e riscado pelos dedos.
Água fria de uma chuvarada forte que encobre as folhas das copas.
De ouros, de espadas gritando de um gritar silencioso.
A chuva e o vidro, a água e a vidraça, o líquido perfeito que esbarra no chuvisco de um verão enxergante.
Olhamos para o alto e lá percebemos algo de misterioso, de profundo, de acalantador, que de lá nos assemelha verossímel.
É vero.
Verdadeiro embate cósmico entre o transparente e o opaco, na batalha dos dedos para alicerçar a imagem.
Tantas possibilidades nos traz a oportunidade.
É oportuno perceber na soma dos riscos a face corporal da leveza, o corpo facial da ternura e o todo de uma gente perceptível pela honestidade.
Honesto é o gesto que transposta as particularidades.
Gentil é o traçado dos olhos perante tal diversidade de traços, luz e claressência.
Meus presentes vem assim, surpreendentes e multiversos, para que eu possa declinar-me a mergulhar meu corpo e minha mente na vastidão da loucura santa.
Beata é a transgressão ao óbvio.
Beatificada pela certeza de não machucar a pele que envolve os músculos, os ossos e a vermelhidão.
O que assemelha-se está no perfil do corpo molhado pela natureza da chuva provocada.
Claríssima é a calça que o revestirá no momento seguinte, posto que as duas mãos revestem de novo tecido tinto, o corte pela máquina fabricado.
Santa loucura que transgride a ação comum dos sãos.
Tantas vezes comum eu sou, tantas vezes óbvio, que vez por outra desejo continuar vivendo de armar violetas e rosinhas em vasos, tão pequenos quanto.
Uma mão abençoa o umbigo, a outra esvoaça o cabelo escuro.
Recebi e olhei atentamente.
Quem diria tratar-se a imagem, de papel que envelopa cartas?
Vi como quem vê anjos nas nuvens que povoam os céus em meio as montanhas terrestres.
Contemplei o todo e abracei as partes