domingo, 20 de fevereiro de 2011


Dado o fato de ser dado, o dito é tridimensional: altura, largura e profundidade.
A soma dos seus lados opostos é igual a sete e de sete em sete ondas, algo rola, mergulha em batismo.
A soma de cinco mais dois, de um mais seis e de quatro mais três, sempre resulta em sete.
Dadas as circunstâncias, o dado que anda no um, dois, três, quatro, cinco e seis, ratifica-se no sete e de lá não sai nem que o feltro da mesa se rasgue num terremoto.
A fala: 
"Nossa, nem me toquei que estava aqui precisando pegar a carteira! Isso é todo um processo", dita para um determinado ser vivente, deve suscitar nele uma rebeldia cerebral, de tal modo, que depois de muitas luas sucedidas, ele, estando num supermercado qualquer, se depare com uma calça jeans cheia de buracos e pense:
Isso é todo um processo de cultura, que diante da rigidez clássica dos cortes das calças, alguém que nada contra a corrente, determina que a onda seja, buracos no tecido.
A onda anda e, quase que num de repente, toda a moçada de todas as idades estão circulando com calças riscadas e cheias de buracos desfiados.
Os olhos são dotados de matérias vibracionais pequeninas que resultam de dentro da gente e de tanto vibrarem, saltam até os outros olhos, num giro de apertar o botão de volume e de lá saia a idéia que existe na cabeça.
Dada a circunstância, foram dados de tal forma os olhares, que não houve jeito das partículas vibracionais não se manifestarem, não fazerem festa com as mãos.
Aplaudiram em pé, o que todo o corpo deveras já sabia.
Uma cafeteira e uma caneta laser que transfere ponto vermelho à imagem, também recebem e doam mini partículas, de forma a serem chamadas particulares.
O mundo carece desse desenvolvimento de particularidades, apesar de sabermos que toda conversa traz em si, uma interferência, já que o que é belo para alguém para outro pode ser ainda muito feio, bem e mal.
É sempre a partir do que eu quero que a coisa toda se relativiza, e note, que o que eu quero começante, também é o que você quer começalmente, posto assim, a tarefa é não deixar que um querer se torne muito diferente do outro em dimensionalidade.
Tudo isso, sempre posto, reposto e colocado no centro da mesa do cenário falante, debruçante, ludicamente conversado, cruamente comentado, para que nada se esconda no pano de fundo de um querer que seja só.
No alto do ônibus li mais um outdoor que trazia a frase: Desenvolvimento sustentável.
Metros depois, li a frase: Arte de rua, ao lado de pinturas feitas numa parede enorme ao lado da pista.
A pista é a seguinte: O capital gera mais capital, sustentando seu próprio desenvolvimento e a arte não verbal, a imagética, já está expressa na rua e, portanto, não haveria a menor necessidade do verbo.
Porém há, posto que a gasolina é passível de acabar no tanque e é necessário que preenchamos o espaço que torna-se vazio, com mais experenciação, elegância e requinte.
Colamos o fio.
Ficou do jeitinho que nem.
Dupla Identidade.
Sujeitos criativos não são mais, nem menos, eles sentem, percebem e fazem.
Tudo isso está aí, em particulares partículas, cuja existência, faz com que agradeçamos sempre