quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011


Um apontador verde, muito simples.
Um lápis sem ponta já escreveu bastante, mas ainda pode receber giros por dentro da máquina simples e voltar a ter firmeza para escrever muitas histórias.
Seu grafite pode ter dureza rígida ou macia, para que escreva durante mais, ou menos tempo, antes de receber nova oportunidade pelos donos das máquinas apontadoras.
Uma borracha descansa ao lado da máquina e está toda manchada pelos cinzas das histórias contadas.
Quase intacta, não deve ter apagado muita coisa.
Apagar é a sua tarefa , mas poderia ter sido cortada em pequeninos pedaços pelas dentaduras juvenis, a fim de serem colocados em corpos de canetas esferográficas vazios, para serem atirados nas orelhas dos mais desavisados.
Essa tarefa é normalmente desempenhada no meio das aulas ministradas pelos que professam seu amor pela disciplina.
Disciplina é o nome dado às matérias que compõe a grade curricular das escolas, ou seja, as partes fixas do conhecimento universal da humanidade: as ciências humanas, as exatas e as biológicas.
A máquina verde apontadora dos lápis, também aponta para a máquina elegante da nossa contemporaneidade.
A máquina que contém, ela sim, todo o conhecimento universal da humanidade.
Quando será possível as pessoas entenderem que várias pessoas escrevem a nossa língua, de forma informal nas redes sociais, por conta da rapidez do processo?
Ao abreviar as palavras e destruir seus acentos, as maiúsculas iniciais de nomes, ou parágrafos, ganha-se um tempo precioso no processo de comunicação e isso está atrelado à velocidade com que todas as coisas estão passando pelos nossos sentidos na modernidade.
O tempo passa exatamente igual a milênios e hoje passa da mesma forma num sitiozinho no meio do pantanal e no meio da cidade fantástica, porém as sensações modificam-se radicalmente, de um espaço para o outro.
Que tal pensarmos que outro dia vi uma imagem aproximada do planeta terra, com as coisas do hemisfério sul de ponta cabeça?
A primeira coisa que pensei foi sobre o conceito da lei da gravidade.
Passou da teoria para a prática. As pessoas não caiam no espaço universal. Ficaram ali, desempenhando as suas atividades de ponta cabeça e apenas eu, tinha a sensação de queda, ao vê-las de fora, através do monitor.
Eu sinto muito, cinto apertado na cintura, quase que forçando a respiração que deveria ser vivenciada com calma.
A calma vem com o saber experenciado de todas essas coisas, vem suave, vem tocando de leve o rosto e vem figurando vivamente o sorriso de quem antena.
Seremos ainda muito apontados e apontaremos para essa direção tão simples.
Os donos das coisas, fazem seleções através de redações onde o uso formal da língua é hiper valorizado.
A cada ano, mais as pessoas que professam conversam sobre o paradoxo, tradição e modernidade, formalização e informalização.
Aparentemente quem vence é o mercado falso e ganancioso.
Aparentemente, pois quem vence é o marimbondo, que entre os livros velhos, empoeirados e empilhados, construiu sua casa com saliva e a fibra da madeira morta