segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011



E o comandante do barco gritou:
Olha o recife!
Eu adoro as possibilidades dentro das tarefas bem simples.
Hoje, uma sala inteira ficou em total silêncio, cada um viajando na sua atividade desenhística, numa das páginas apropriadas para o tal fim numa apostila didática.
Primeiro desenharam coisas, sim, coisas.
Doze no total, uma separada da outra.
O assunto era desenho industrial, ou seja, a utilidade da coisa, sua conformação com as linhas do corpo - ergometria -  e a sua cosmética, estética, beleza.
Pois bem, no segundo momento, cada ser, pôs-se a grudar uma coisa à outra para dar forma a algo que não fosse mais as coisas individualizadas.
Que dessem origem ao original, ou o anti isso, a creativa coisa.
Tinham que usar todas as doze coisinhas, e podiam até juntar mais e mais, àquelas que haviam sido desenhadas no primeiro momento.
Surgiram outras tantas coisas do grude das doze, muitas.
Desenho industrial às avessas.
Imaginativas coisas, sem serventia alguma, porém conservando alguma, ou total beleza.
Está tudo posto, o industrial, o artesanal, o artístico, enfim, tudo o que na cabeça infinita cabe e cabe a nós todos, transformar em finitas coisas.
Outro dia, de forma doce e importante, toalhas viraram casal e amalgamaram seus carinhos.
Coisa genial essa, de dar sentido diverso a coisas que ganharam seus sentidos por imposição, ou necessidade.
Desenhei alguma coisa na minha calça cinza.
A cada dia que passa o tecido ganha um sinal diferente.
Será que alguém vai perceber essas mudanças, a partir da sua particular antena?
Com certeza, coloquei os olhos numa peça interessante do meu automóvel na semana passada.
Já tinha visto a dita, porém nunca tinha prestado atenção.
No domingo, quando fui sair com o dito, ele apresentou defeito, andava mas não rendia.
Acabo de retornar da oficina pensando, que pela tradição, o defeito seria numa válvula, ou na peça da ignição eletrônica.
Qual nada, o defeito era numa peça chamada sonda.
Exatamente a peça que coloquei reparo anteriormente.
Amanhã, alguém verá o sinal que acabei de incluir na minha calça.
A lua vista da praia é alaranjada, tal qual o suco que descansa nos copos, ao lado dos pratos quadrados