segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011



Um título.
Adoro títulos e principalmente esse que entrelaça nomes tão significativos no que diz respeito ao fazer o bem.
Fazer bem faz joão, faz josé, como oleiro mexendo o barro com os pés e com a boca bico.
Faz maria ao juntar-se ao barro pra ser mais do que uma costela.
Junta bico, boca, junta os pés e a casa construida é como se fosse um tijolo só com vários furos.
O furo aí, é de reportagem, furo de reportar aos primitivos atos de engenharia que permanecem intactos até o contemporâneo.
O furo é a oportunidade do caminhar entre o barro queimado, duro, resistente.
A oportunização do estranho, do estranhar-se, do achar no outro o estranho, a loucura santa.
São vários furos parecidos, porém jamais iguais, jamais desprovidos do aroma da terra.
Terra nos furos há.
Um título e tudo se torna uno, torna-se verso instantes depois, torna-se.
Volta a ser vontade de aproximar-se para ter a incerteza do certo, que o joão não trabalha aos domingos.
Os olhos atentos de um garoto observatório, percebeu que de todo o processo, o que valeria a pena reportar e repostar era o processo mesmo.
Os procedimentos aprendidos há milênios e reproduzido na tarefa de reproduzirem-se todos e permanecerem embelezando os olhos de quem oportuniza a chance.
O que diremos de nós mesmos, os sapiens, os que sabem, os que observam e registram, os que doam e oferecem.
Construirão firmezas de engenho e fortaleza.
Construirão para ofertar de mão beijada.
Os beijos nas mãos são registros de uma engenharia sobrenatural, que enfeita de ternura a casa sem barro e sem tijolo.
O quadro encostado na parede representa, apresenta de novo, o novo transparece, a sequencia se eterniza e nós aplaudimos em pé.
Em pé nós nos posicionamos para correr bastante e depois descansar à sombra.
Quando a sombra descansa o corpo sobrevoa as lentes das máquinas e têm a chance de visualizar o risco feito no riso na parede rosa.
Os pássaros nos entregam a casa mágica e com razão, ofertamos nós, algo cheio daquilo que tem viço quando no serviço, o viço externa

domingo, 27 de fevereiro de 2011


Eu adoro a palavra moderno.
Contemporâneo é o nosso tempo, o tempo que a gente vive, respira e vira terrestre, já, agora.
Moderno é um tempo e uma ação transformadora mais direta ainda.
Ser moderno demanda cintura e o jogo dela, demanda fazer o giz virar uma carinha feliz, um totem.
Nas mãos do aluno muito jovem, uma folha de árvore bem verde foi costurada com capim bem fino.
Isso é moderno.
Uma coisa útil, além da conformidade do café da manhã, do almoço e da janta.
As informações são muitas, com muitos sons, cores, tons e a gente vai tratando de colocá-las todas juntas no nosso inconsciente.
Existem os que dizem que algumas dessas informações a gente até descarta.
A ciência vai demonstrando, as faculdades fazem pesquisas técnicas, vão montando padrões, arrumando as pessoas em nichos, tribos, e essas, vão fazendo as mesmas coisas e ganhando personalidade de números, para que, com o passar do tempo, possam ser medidas exatamente nos seus processos de ação unificados e globais.
Isso é contemporaneidade.
Moderna é a atmosfera da dúvida e da curiosidade, observada pela aranha que vai ficando emocionada ao perceber-se espasmódica.
Que maravilha a oportunidade que uma tela de rolo tem pra tornar-se aparecida.
Que modernidade há no tecido branco a espera das dúvidas todas que aparecerão antes da primeira pincelada celestial, já que orientada foi a acionista, de que a tinta pode perturbar-lhe o sono.
O sono é totalmente moderno, já que está sendo alimentado por pastilhas receitadas, posto que o diagnóstico impreciso foi preciso para que o sujeito se percebesse mais um.
Mais uma vez o moderno insiste em transpor o óbvio e adverte o pincel atômico, que ele deve escrever em todas as direções para ver se acerta na ortografia.
O pincel atômico foi colocado na frase devido a sua modernidade, na verdade o objeto usado foi uma caneta recheada com aquarela para tecido.
Moderna é a espera pela primeira lavagem.
Um tom a menos, como escrito no texto anterior, tendo na pauta o contraste que alivia e força a leitura.
Força, mas não oprime, imprime a imprecisão, alerta, mas não obriga, abriga a ação que pode não vir.
Lê quem quer.
Eu adoro o ato moderno, e hoje você me ensina com o método da objetividade louca, a modernizar o meu discurso.
Meu discurso é de confeiteiro, que nem que nem meu nono.
Meu curso é doce e o céu é de brigadeiro, atordoadinho

sábado, 26 de fevereiro de 2011



Vi uma firmeza sorridente, assim meio de lado, sorrindo mais que dentes.
Uma curva tocante, sucesso, um rif de guitarra alegre no meio da multidão de um cara só, cheio.
Repleto de ares o espaço é, o espaço está e nunca deixará de estar, afinal a sala é. e é sala de estar.
Estar em inglês é estrela brasileira.
Ficar num lugar amplo, verde por ser verde em plástico, água e sol de molhar as roseiras.
Com certeza ela restaurará os três vasos.
Vazar o resto de água que sobra é bonito de ver azul, tecido sobre os ladrilhos salpicados sobre a divisória de pisos.
Uma montanha de delicadeza revezam-se entre os vales e as planícies da cidade grande.
Fazem todo esse movimento no entreabrir dos olhos atentos e pequenos.
Borda-se, risco a risco, traço a traço, aquelas linhas que depois de lavadas no suave toque, alcançarão o pequeno contraste necessário para confundir os olhares.
Amar é geração espontânea, não é uma frase fácil de ser dita, ou escrita, nem é uma frase que nem que nem.
É uma espécie diferente de tantufas, já que faz-se em ação da coragem, principalmente.
Gerar é tarefa feminina que ao homem só é dada a capacidade através da arte, ou da engenharia.
Espontaneamente então, parece ser coisa de boneca viva.
Viva a boneca!
Da caixa aberta virão muitas coisas que ainda não são encontradas no google.
De uma busca sem procura, nasceu uma página inteira que se dispõe a conversar e a ajudar o cego na travessia da avenida.
Um pedaço de madeira, vidros, pequenos objetos tendo como pano de fundo, pintura.
Simples assim.
Os olhos passam e já não passam mais.
Ficam, criam morada, advertem o cérebro e esse se fabulariza.
Não apenas acha fabuloso, como fabula tudo o que acontece adiante.
Nós só acreditamos em fábulas falantes

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011



O espelho embaçado e riscado pelos dedos.
Água fria de uma chuvarada forte que encobre as folhas das copas.
De ouros, de espadas gritando de um gritar silencioso.
A chuva e o vidro, a água e a vidraça, o líquido perfeito que esbarra no chuvisco de um verão enxergante.
Olhamos para o alto e lá percebemos algo de misterioso, de profundo, de acalantador, que de lá nos assemelha verossímel.
É vero.
Verdadeiro embate cósmico entre o transparente e o opaco, na batalha dos dedos para alicerçar a imagem.
Tantas possibilidades nos traz a oportunidade.
É oportuno perceber na soma dos riscos a face corporal da leveza, o corpo facial da ternura e o todo de uma gente perceptível pela honestidade.
Honesto é o gesto que transposta as particularidades.
Gentil é o traçado dos olhos perante tal diversidade de traços, luz e claressência.
Meus presentes vem assim, surpreendentes e multiversos, para que eu possa declinar-me a mergulhar meu corpo e minha mente na vastidão da loucura santa.
Beata é a transgressão ao óbvio.
Beatificada pela certeza de não machucar a pele que envolve os músculos, os ossos e a vermelhidão.
O que assemelha-se está no perfil do corpo molhado pela natureza da chuva provocada.
Claríssima é a calça que o revestirá no momento seguinte, posto que as duas mãos revestem de novo tecido tinto, o corte pela máquina fabricado.
Santa loucura que transgride a ação comum dos sãos.
Tantas vezes comum eu sou, tantas vezes óbvio, que vez por outra desejo continuar vivendo de armar violetas e rosinhas em vasos, tão pequenos quanto.
Uma mão abençoa o umbigo, a outra esvoaça o cabelo escuro.
Recebi e olhei atentamente.
Quem diria tratar-se a imagem, de papel que envelopa cartas?
Vi como quem vê anjos nas nuvens que povoam os céus em meio as montanhas terrestres.
Contemplei o todo e abracei as partes  

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011



Duas vezes eu lembrei dos relógios da alma.
Duas cordilheiras não conseguiram separar a água dos olhos.
Duas formas gotejantes de linguajares batendo na pedra até que fure.
A pedra furada é um dos nossos primeiros sítios arqueológicos.
Duas são as árvores que podem ser vistas a olhos nus da nossa janela.
Duas são as chances de oportunizarmos as possibilidades várias de atingirmos em cheio as idéias bonitas.
Duas bolas em campo e o árbitro não para a partida e as duas bolas têm caminho certeiro até balançar as redes.
Duas pessoas sem adversários, dois golaços de cabeça.
Dois sons de jazz com salsa e salsinha, cobrindo as duas batatas com a beirada crocante.
Duas artérias, veias, leia o verso, veja o gosto, estampe o tecido na tela particularizada do monitor.
Duas peles sendo os órgão maiores do corpo humano.
Humana pele, organizada onda orgânica, duas.
Duas vozes projetando notas sem papel ou carimbo, projetando versos insoláveis, duas.
Duas certas histórias a começar do circular inteiro, vasto, jamais ligeiro, demorado.
Duas demoras anteriores a espera, pra ver e sentir mais curva perfeita ainda, essa que explode em linha sentinela, duas.
Duas é assim, é estopim, é maneira de comemorar aos sorrisos.
Olha as duas asas da borboleta, olha como tremem, como batem, como voam, veja.
Duas da manhã.
Duas da tarde.
Duas de sempre no deus de sempre eterno.
Duas sempre é hora, é dia, vinte e três conversas pra fazer uma única canção.
Duas sequencias de caminhares, de andares a pé, de luzes e estações.
Sexagésimo texto, misto de trinta mais trinta e muita festa

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011


Um vasto repertório.
Um mastro, um sítio, um rastro, partículas vibrando e um coração pulsando.
O presente num instante movimenta-se e a flor na caixa incomoda-se e no instante seguinte volta a acomodar-se.
No meio desse processo os olhos atentos percebem a história inteira aproximando-se.
Quanto mais próximo o capítulo, mais versículos ela vai lendo e relendo coração a dentro.
Eu recebi um crochê finíssimo de metal tão finíssimo quanto.
As agulhas de tricô e crochê são diferentes, mas quando tocados pela graça, resultam em céu intensos, cheios de um azul royal de realidade tocante.
As flores nascem assim.
Nascem de um folguedo da graça com as particularidades da fazedeira.
Vejo chaves sobre a mesa e sei qual delas abre qual porta e até quais janelas.
Abrir-se é instante maduro, na serenidade da maturessência e na espontaneidade da lembrança.
Escrevi faz tempo que a esperança é a espera da criança, a criança que espera afoita, ansiosa, agitada pelo presente.
Crianças esperam pelo presente, nós esperamos pelo agora, e eu, espero pela gente que leva consertar cafeteiras de presente.
Eu adoro café.
Prefiro tomates vermelhos e pratos quaisquer, desde que vez por outra, os quadrados enfeitem de bambus as toalhas dobradas ao meio.
O meio ambiente é esse, é este, é deste tamanho, do tamanho do seu coração, da sua pulsação, da sua entonação e da sua clave.
Observar na feira um recipiente transparente enorme, cheio de pedras a procura de um arame que as junte, causa-lhe uma espécie de tristeza por ter estudado tanto.
Quem estudou não foi o recipiente guardador de pedras, mas a gente que ocupa-se em organizar as sutilezas dos conceitos e das vísceras dos sentimentos das coisas.
Existe um lugar apenas para cada pedra.
Existe uma mapeadora de sorrisos e uma bordadeira de novas armações de ossos, seguros pelas suas carnes.
Uma colecionadora de vidências, de camadas, de imagens, de pureza, de colagens umas sobre as outras.
Existir é palavra que sangra.
Sangrar é rotina que não pertence a domadores

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011


Ocupo-me de molhar a grama, de observar atentamente as mini rosas e as fotos.
Suponha que um artista esteja acima de alguma coisa, estará ele acima de suas próprias obras, afinal elas são vinte por cento daquilo que foi imaginado por ele e cognitivamente construido no cérebro.
Uma aluna perguntou-me se os rabiscos que uma criança faz numa folha de papel é arte.
Talvez seja cem por cento daquilo que ela imaginou.
Quando o artista produz, não produz mais do que vinte por cento.
No adulto artista, entra no processo todo um raciocínio, uma rede de informações internalizadas, que são processadas até o resultado final vingar satisfatório.
As pessoas só colocam os olhos naquilo que eu achei satisfatório, o resto vira hipótese, como diria a boneca emília.
Na história da criança, parece que existe espontaneidade.
Ocupo-me de organizar as folhas numa pasta, a fazer rolinhos de papel para montar acessórios.
A coisa ter a cara da pessoa parece formar-lhe parentesco com a face, ser parente do seu gosto, da sua gestualidade, da sua genialidade e da sua curiosidade intensa.
Acupo meu tempo a dirigir toda energia positiva aos brilhos ternos, aos aromas vegetais, às cores das nadadeiras e tudo mais que São Gabriel pode aperfeiçoar.
Afeiçoo.
Coloco os meus braços a disposição dos materiais elásticos para que possam ser grandes o suficiente para dar nós.
A claridade original da imagem é reflexo do brasão familiar que está espontaneamente impresso.
A clareza da paisagem está esperando para ser fotografada, assim como a lua está pronta a receber a luz que do sol provém.
O artista espera ansioso por um momento desperto, esperto na esperteza da certeza, coberto por um manto transparente que lhe permite enxergar de fora.
De dentro ele oferece a cesta de vime com frutas doces e com um bloquinho de folhas brancas.
A escrita é conjunta e o bloquinho vazio, está vazio qual nada, está sendo constantemente grafado, a partir da maravilhosa inspiração estelar

domingo, 20 de fevereiro de 2011


Dado o fato de ser dado, o dito é tridimensional: altura, largura e profundidade.
A soma dos seus lados opostos é igual a sete e de sete em sete ondas, algo rola, mergulha em batismo.
A soma de cinco mais dois, de um mais seis e de quatro mais três, sempre resulta em sete.
Dadas as circunstâncias, o dado que anda no um, dois, três, quatro, cinco e seis, ratifica-se no sete e de lá não sai nem que o feltro da mesa se rasgue num terremoto.
A fala: 
"Nossa, nem me toquei que estava aqui precisando pegar a carteira! Isso é todo um processo", dita para um determinado ser vivente, deve suscitar nele uma rebeldia cerebral, de tal modo, que depois de muitas luas sucedidas, ele, estando num supermercado qualquer, se depare com uma calça jeans cheia de buracos e pense:
Isso é todo um processo de cultura, que diante da rigidez clássica dos cortes das calças, alguém que nada contra a corrente, determina que a onda seja, buracos no tecido.
A onda anda e, quase que num de repente, toda a moçada de todas as idades estão circulando com calças riscadas e cheias de buracos desfiados.
Os olhos são dotados de matérias vibracionais pequeninas que resultam de dentro da gente e de tanto vibrarem, saltam até os outros olhos, num giro de apertar o botão de volume e de lá saia a idéia que existe na cabeça.
Dada a circunstância, foram dados de tal forma os olhares, que não houve jeito das partículas vibracionais não se manifestarem, não fazerem festa com as mãos.
Aplaudiram em pé, o que todo o corpo deveras já sabia.
Uma cafeteira e uma caneta laser que transfere ponto vermelho à imagem, também recebem e doam mini partículas, de forma a serem chamadas particulares.
O mundo carece desse desenvolvimento de particularidades, apesar de sabermos que toda conversa traz em si, uma interferência, já que o que é belo para alguém para outro pode ser ainda muito feio, bem e mal.
É sempre a partir do que eu quero que a coisa toda se relativiza, e note, que o que eu quero começante, também é o que você quer começalmente, posto assim, a tarefa é não deixar que um querer se torne muito diferente do outro em dimensionalidade.
Tudo isso, sempre posto, reposto e colocado no centro da mesa do cenário falante, debruçante, ludicamente conversado, cruamente comentado, para que nada se esconda no pano de fundo de um querer que seja só.
No alto do ônibus li mais um outdoor que trazia a frase: Desenvolvimento sustentável.
Metros depois, li a frase: Arte de rua, ao lado de pinturas feitas numa parede enorme ao lado da pista.
A pista é a seguinte: O capital gera mais capital, sustentando seu próprio desenvolvimento e a arte não verbal, a imagética, já está expressa na rua e, portanto, não haveria a menor necessidade do verbo.
Porém há, posto que a gasolina é passível de acabar no tanque e é necessário que preenchamos o espaço que torna-se vazio, com mais experenciação, elegância e requinte.
Colamos o fio.
Ficou do jeitinho que nem.
Dupla Identidade.
Sujeitos criativos não são mais, nem menos, eles sentem, percebem e fazem.
Tudo isso está aí, em particulares partículas, cuja existência, faz com que agradeçamos sempre

sábado, 19 de fevereiro de 2011


Acabei de retornar uma hora no relógio da cozinha.
Não que tenha chegado a meia noite, ou que tenha chegado o meio da noite e o fim dela, em mim.
A noite eu sou uma criança, dessas que dorme bem cedo para sentir o escuro, no fechar dos próprios olhos.
Uma criança de alguma idade, contida no couro cabeludo, esse que é mais couro do que cabeludo.
Essa graça contida nos pensamentos vastos que percorrem a escuridão dos olhos cerrados, sonhando com a paisagem del valle.
Na viagem, vaguei pensando em atrasar todos os relógios, para que os olhares da cebola e os da metade do tomate permanecessem nesse dia - chamado hoje - acontecendo por mais uma hora mágica.
Os peixes que nadam, nadam e nadam, a procura de lugares mais altos para profetizarem mais vida, são nosso sal e nossas mãos, sal e mãos deitados no rochedo prateado que enfeita a forma.
O descobrimento do Brasil é coisa semelhante ao corte da batata que, ao acaso, doura a borda que ilumina o sorriso da dona da biblioteca.
O país economizou zero, vinte e cinco por cento de energia elétrica e a gente não economiza nada, muito menos tempo, para redescobrir as nações e as noções em desenvolvimento.
Desenvolvemos um método de descobrimento bem simples.
Olhe agora para o olho mágico da sua porta de entrada.
Existindo alguém que esteja do lado de fora, olhando no mesmo instante para dentro da sua casa, o que se desenvolve nesse instante é uma trama que não estorva e ainda orna.
O ornamento que desencadeia o colar da nação respiratória, tem a cara que lhe foi projetada desde o início.
Um záz, um risco, um cisco de tempo e os ponteiros são girados às avessas.
Mais uma hora, ora bolas, círculos, mostradores.
Mais uma dessas relevâncias das águas afagadas pela canção que de fraqueza nada tem.
Os dedos, um a um, tocam suas pontas como se toca um piano pianíssimo.
Dorme que a cuca hoje não vem pegar.
O máximo que a cuca vai fazer é ficar pensando em mover confusão.
Já o boi da cara preta, vai ficar de cara, quando perceber que quem fecha os olhos para sentir o escuro da noite, gosta mesmo, é de sonho de valsa

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011


Acabei de ler a palavra hospitalidade.
É no hospital que estão os doentes, aqueles que sofreram algum trauma, seja ele de qualquer espécie.
Porém, é também no hospital que estão as pessoas que podem recuperar, salvar, tornar a morte em vida.
Vi a hospitalidade na possibilidade de acolher.
Acolher a ansiedade como forma catalizadora da criatividade.
A morte da obviedade das coisas e a nova vida acendendo nelas.
É tanta sede de sorver das coisas algo diferente do que lhe foi imposto que acabamos por impor-lhe um novo significado.
O código existe, nele repousamos inconscientemente para acordarmos aos pulos, achando uma invenção, reobservando aquilo que tão banalizado foi.
Tínhamos papel sulfite e o papel de jornais.
Apresentava-se a oportunidade das cores várias e do totalmente branco, a fim de que, com a intervenção hospitaleira da imaginação, tudo isso pudesse tornar-se uma pulseira, um brinco, um anel, ou um colar.
A velha e sempre interessante conversa sobre arte e artesanato interessou de tal modo que todas as novas coisas que surgiram na história do mundo nessa manhã, foram únicas em sua variedade.
Imagine um quadrado de papel sulfite grafado com canetas hidrográficas verde e laranja, em riscos paralelos, porém de diversos tamanhos, sendo furado no centro.
Com o espaço exato para caber uma mão.
Pronto!
Tornou-se uma pulseira plana e malemolente, feita em segundos.
A beleza era tão grande, que era a junção da rapidez da execução, com o sorriso do criador.
Ele havia descoberto, tirado a cobertura, desvendado, tirado a venda, descortinado, aberto a cortina das possibilidades que permeiam a nossa existência, a existência dos outros e a existência das coisas.
Uma panqueca de carne moída com molho de tomate no interno, recoberta com molho de espinafre.
Saboreia-se como quem vê a divindade num triângulo retângulo com dois cortes e uma dobra tornar-se uma cadeira.
E o povo querendo juntar coisas, juntar mais, agregar matéria em mais matéria, esquecendo-se que uma forma plana com um corte e uma dobra, quando gigante colocada numa praça, a gente pode passar por dentro.
E gente é feita pra passar por dentro, afinal, por fora, é quase como esquecer-se no virtual.
A sua hospitalidade faz com que as pessoas sempre pareçam estar na própria casa.
Por dentro dela, da própria, que é o único lugar possível de mudar a posição da mesa.
E o mármore cortado fino, é jardim belíssimo, para debruçarmos os talheres e os nossos saberes

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Um tecido espalhado no chão pareceu-me uma flor repousando.
Um jardim com várias flores nele estampado, mas o conjunto todo, pareceu-me uma flor.
Aroma de roupa lavada há pouco.
Perfume de rosas soltas, presas pela raiz em devaneio de pétalas flutuantes.
Flutuavam perfumes e rosas, luares e solares, estrelas e objetos identificados como estranhos.
Não me soam muito estranhas certas coisas incertas, já que são nomeadas assim por não fazerem parte das coisas comuns.
Adoro a estranheza, o torto, aquilo que perece fora do lugar, quando é o lugar que está fora de si mesmo.
Lugares são espaços normalmente óbvios.
São espaços que servem a pequenas utilidades certas e convictas.
Um parque, uma sala, um quarto, uma cozinha, um bosque, um jardim.
Cabe ao estranho deslocar o lugar, descortinar suas utilidades escondidas pelas cortinas que servem ao poder de não despertarem curiosidade alguma.
Uma cabeça, a princípio real, cheia de movimentos e ações, pode não ser a cabeça do corpo.
Pode ser a coadjuvante, momentos depois de pensarmos ser ela a protagonista.
Afinal, qual é o perfume e qual é o aroma?
O que move o amor e a arte para tornarem-se tão próximos na identidade e na pluralidade?
O tecido não está mais sujeito ao chão, não está mais sujeito a ser flor.
Tudo está sujeito a ser um objeto projetado.
Nós estamos cada vez mais sujeitos do que objetos, mais gente do que coisas, apesar das sucessivas tentativas de coisificação das pessoas.
Estamos colocando os olhos no mundo e no cosmos.
Ao colocarmos as coisas de volta aos seus lugares de origem, preparamos o espaço para as coisas que serão diferentes na semana seguinte, ou no instante da sequência.
A disposição dos objetos pelo espaço de utilidade óbvia, movem nossas cabeças na direção de ações cada vez mais estranhas a elas mesmas.
Elas que se conjugaram de uma forma ontem, e se conjugarão diferente amanhã, estranhas a elas mesmas.
Esse é o segredo da curiosidade tão necessária ao caminhar sobre os territórios da arte.
Mover nos lugares, os lugar reservado ao estranho.
O estranho espaço que há entre o que se espera e o trem interno que já partiu 

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011



Uma nave gigante.
Voa por alguns caminhos que tornam-se conhecidos aos poucos e, de repente, tornam-se conhecidos demais.
O voo dura um tempo nada constante, porém dura o tempo que lhe cabe.
Cabe no voar da nave, a massa da ave que nele existe, e mais do que isso, ela existe porque a nave a tornou sensível.
É o caminhar dos tornados.
Os que tornam vendavais aquilo que antes era apenas um cisco.
O menino disse que viu uma peça de teatro e descobriu que deve perceber as coisas bem simples.
Eu diria que os ciscos devem ser sentidos para que possam ser tornados vendavais.
Um rajada tão intensa que leva a nave até espaços desconhecidos numa velocidade espantosa.
E é aí que esse texto retoma seu começo.
Não fosse o repertório vasto dos dirigentes dos dirigíveis, os balões de fala e pensamento, nessa história, seriam vazios de letras e outros símbolos.
Os balões dançam e balançam em festa, não apenas em quadrinhos, mas em quadros de todas as dimensões, principalmente naqueles que têm a quarta.
O tempo e a nave gigante.
A cabeça e o grilo falante.
A vida torna a arte amorosa e o amor artístico, de forma que são ambos, únicos, em sentido e graça.
Vasto é o repertório da andorinha que, de tanto andar pensando, ventou sobre a nave gigante.
Essa, que depois de soprada em objeto, foi tornada um ponto semente, que agora germina nova corrente 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011



Um jovem amigo que professa, hoje me disse:
Newton, Einstein e outros grandes pensadores da física devem estar revirando-se nos túmulos, tamanho é o descaso da ultramaioria dos alunos, frente aos pensamentos, descobertas e invenções desses gênios.
Quando ouço isso, logo me vem à cabeça o mero acaso da coisa nomeada, arte.
Essa que não se sabe se é arte, ou artesanato, arte, ou artes, essência ou linguagem.
Essa, que no menor dos seus pensares e fazeres, busca a possibilidade de cada um descobrir, ou inventar alguma coisa.
Esse é o quinquagésimo segundo texto dessa série.
Fossem dezesseis e seria algo bem próximo do que quero expressar.
Por exemplo:
Os dois últimos parágrafos dessa escrita, são pequenas expressões dessa coisa, nomeada arte.
Você entendeu tudo, porém alguéns não entenderam nada.
Isso, assim mesmo.
E mesmo que no universo, apenas eu houvesse entendido alguma coisa, seria eu a entender diversamente de qualquer outrem.
O cosmos, ou a beleza, não está apenas no entendimento cognitivo, talvez esteja na intenção, ou ainda escondida na abstração do sentido, ou ainda na desfiguração desses mesmos sentidos.
Eu não sei e mesmo se soubesse não diria, afinal, dizer é só metade da beleza de toda coisa.
E a gente diz e diz e diz, e quando silenciamos, movemos, movemos, movemos, e voltamos às falas e as falas e as falas continuam dizendo alguma coisa de tudo o que é bonito, da essência e da aparência das coisas.
Coloquei um pé do tênis voltado para o norte e outro voltado para o sul.
Esperarei mais duas horas e colocarei um pé voltado para o sul e o outro voltado para o norte.
Você acha que eu fiz isso mesmo?
Não fiz e nem farei, de tal forma que Einstein e Newton não se ocuparão disso e nem daquilo.
Você que acabou de mover a sua imaginação para as duas circunstâncias muito próximas, porém diferentes, tampouco ocupar-se-á.
Nem uma, nem outra, ousou acontecer no fato, mas na cabeça, a quantidade de água que vai sobre o arroz já frito, deve cobrir a metade de uma colher de sopa na vertical

domingo, 13 de fevereiro de 2011



O silêncio da mentes remetem imediatamente ao falar dos olhos.
Acabo de ler que a experiência visual é fundamental no aprendizado para que possamos compreender o meio ambiente e reagir a ele.
Faltou apenas salientar que através dessa experiência visual também compreendemos o dentro, o admirar, o olhar por dentro e essa experienciação é infalível, a gente enxerga.
O capítulo põe-se a discursar se há dialética ou dicotomia entre as belas artes e as artes aplicadas, por fim, fico com a certeza que a coisa é Una, portanto única, transcendente ao belo e ao utilitário, ela sendo, já é útil e bela.
Em não sendo, não há como imbecis, tolos, inteligentes prósperos, ou indigentes enxergarem coisa alguma.
Arte é o dom de ver, através de qualquer sentido em nós instituído.
Enxergar das coisas, mais coisas e daquilo que nem coisa é, enxergar algo que deve vir a ser.
Num determinado período, uma menina xilografou bastante, hoje ela crocheteia arames bem finos e vai, com bastante estudo e sabedoria, acrescentando-lhe pedras várias.
Em nenhum desses tempos a guria deixou de perceber que existem pessoas e lugares que exageram no fartar-se dessas mesmas fazeduras.
Caminham tanto por uma trilha específica que, ao invés de transbordarem a forma da caneca para novas estruturas, repetem as estruturas já conformadas.
Tudo é válido, tudo que acontece se valida, porém se a gente vê, a gente reage e se a reação é muitas vezes repetida, reação já não é mais

sábado, 12 de fevereiro de 2011


Batimentos e uma máquina.
Uma ou duas batidas na porta e a pessoa já vai atender.
A precisão como uma história encadeia-se à outra, é inevitável quando a arte bate na porta e a pessoa atende.
Acreditar nessa coisa que difere-se da matéria e aproxima-se da essência é uma coisa de louco, já que o que importa nessa mundana neurose toda, é a grana.
A grama cobre todo o jardim redondo.
É a grama e não a grana que lhe cobre, portanto, é muito mais interessante e importante cobrir-lhe de beijos do que cobrar-lhe alguma coisa.
Coisa de loucos que trafegam pela aventura de jamais copiarem-se, já que só se pode copiar aquilo que já existe como coisa e só se pode crear aquilo que inexiste como coisa.
Quando professei o verbo crear, um aluno indignou-se a princípio, dizendo que o correto é criar.
Logo emendei que criar é um verbo que serve para coisas visíveis que criam coisas visíveis e crear serve para gente que crea algo visível, a partir de algo que provem de uma região ainda invisível.
Cria-se gado, mas uma obra de arte, crea-se.
Simples assim, como quem emenda pérolas a outras pedras, ou materiais, sabe?
Você quer ganhar dinheiro, ou quer crear arte?
Escolha e estarás mais próximo da arte, afinal, arte inexiste sem escolhas.
Alguém dirá que ainda é preciso sobreviver para poder-se crear.
Não há dúvida, a dúvida que há é se é possível viver sobre, sem ter essa aventura reformadora constante.
Quem pisou sobre esse território sabe que não há volta, nem variante e muito menos caminho mais curto.
Há sim a desistência de pisar sobre esse território, e aí partimos para outra dimensão, mais terrena, sem nenhum abra cadabras e mesmo assim, corremos sérios riscos de recaída celeste, provocante de pintura colorida da nossa pele facial, abrindo-nos novamente a janela da celestial loucura.
Vale a pena.
Veja que maravilha.
Valer a pena, nada mais é do que perceber que antigamente escrevíamos com pena de ganso sobre todas as coisas, portanto, valer a pena, é valer a escrita.
É uma pena, quando não nos atiramos das nuvens sobre um travesseiro recheado com penas.
No curto espaço que há entre o travesseiro e a nossa cabeça, toda história de alguém que é diferente, vai interessar

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011



Rodas de borracha grandes, ajudam a sustentar pessoas em viagem.
As rodas são bacanas, elas rolam e facilitam o transporte.
Sempre me vem à mente a genialidade do instante do inventor dessa coisa utilitaríssima.
Acho bonita a palavra teletransporte, mas esse tipo de travessia travessura não necessita de rodas de borracha.
Desejaria eu, ter braços de borracha para transpostar e ser transportado por você, nessa dança histórica.
Hoje vou garimpar pedaços de revelações.
Pequenos pedaços que revelo ao me ser revelado, devolvendo em forma de outra coisa que não seja a mesma, a fim de surpreender a mim mesmo pela dose de ousadia que há em revelar aquilo que a gente, anteriormente nem sabia.
Segundos de luz em meio a minutos de escuridão, reaprendendo na luz o que no escuro já havia sido esquecido.
Rodas de plástico sustentam estruturas plásticas dos carrinhos baratos, porém ainda é um barato brincar de trazer o carrinho preso num barbante.
Outro dia, numa exposição dentro de uma biblioteca, chamei o brinquedo plástico de: Meu cachorro.
Lembrei-me de quem leva os aninaizinhos de estimação para passear e lembrei-me de imediato, de uma rua nos jardins, onde o dono da casa, pintou a calçada toda de verde e escreveu três vezes com tinta preta: Sujeira de cachorro, aqui não!
Paisagem urbana, onde as plantas gritam na cor e o contraste entre os textos, verbal e não verbal, fica visível na estranheza da buzina.
Uma garotinha acabou de observar:
Você adora desenhar olhos!
E o garotinho logo rebateu:
É que os olhos são os portais da imaginação!
O que nos ajuda no transporte, é bem mais do que grandes rodas de borracha

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011


Um apontador verde, muito simples.
Um lápis sem ponta já escreveu bastante, mas ainda pode receber giros por dentro da máquina simples e voltar a ter firmeza para escrever muitas histórias.
Seu grafite pode ter dureza rígida ou macia, para que escreva durante mais, ou menos tempo, antes de receber nova oportunidade pelos donos das máquinas apontadoras.
Uma borracha descansa ao lado da máquina e está toda manchada pelos cinzas das histórias contadas.
Quase intacta, não deve ter apagado muita coisa.
Apagar é a sua tarefa , mas poderia ter sido cortada em pequeninos pedaços pelas dentaduras juvenis, a fim de serem colocados em corpos de canetas esferográficas vazios, para serem atirados nas orelhas dos mais desavisados.
Essa tarefa é normalmente desempenhada no meio das aulas ministradas pelos que professam seu amor pela disciplina.
Disciplina é o nome dado às matérias que compõe a grade curricular das escolas, ou seja, as partes fixas do conhecimento universal da humanidade: as ciências humanas, as exatas e as biológicas.
A máquina verde apontadora dos lápis, também aponta para a máquina elegante da nossa contemporaneidade.
A máquina que contém, ela sim, todo o conhecimento universal da humanidade.
Quando será possível as pessoas entenderem que várias pessoas escrevem a nossa língua, de forma informal nas redes sociais, por conta da rapidez do processo?
Ao abreviar as palavras e destruir seus acentos, as maiúsculas iniciais de nomes, ou parágrafos, ganha-se um tempo precioso no processo de comunicação e isso está atrelado à velocidade com que todas as coisas estão passando pelos nossos sentidos na modernidade.
O tempo passa exatamente igual a milênios e hoje passa da mesma forma num sitiozinho no meio do pantanal e no meio da cidade fantástica, porém as sensações modificam-se radicalmente, de um espaço para o outro.
Que tal pensarmos que outro dia vi uma imagem aproximada do planeta terra, com as coisas do hemisfério sul de ponta cabeça?
A primeira coisa que pensei foi sobre o conceito da lei da gravidade.
Passou da teoria para a prática. As pessoas não caiam no espaço universal. Ficaram ali, desempenhando as suas atividades de ponta cabeça e apenas eu, tinha a sensação de queda, ao vê-las de fora, através do monitor.
Eu sinto muito, cinto apertado na cintura, quase que forçando a respiração que deveria ser vivenciada com calma.
A calma vem com o saber experenciado de todas essas coisas, vem suave, vem tocando de leve o rosto e vem figurando vivamente o sorriso de quem antena.
Seremos ainda muito apontados e apontaremos para essa direção tão simples.
Os donos das coisas, fazem seleções através de redações onde o uso formal da língua é hiper valorizado.
A cada ano, mais as pessoas que professam conversam sobre o paradoxo, tradição e modernidade, formalização e informalização.
Aparentemente quem vence é o mercado falso e ganancioso.
Aparentemente, pois quem vence é o marimbondo, que entre os livros velhos, empoeirados e empilhados, construiu sua casa com saliva e a fibra da madeira morta

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011


O foco está na aprendizagem.
Eu adoro aprender.
Dizem que para que alguém aprenda é preciso vontade.
Gana, garra, arrepio na espinha, antena.
Andam me ensinando bastante as rasteirinhas de couro e o povo que as desenha.
Povo sabedor que é, da minha observação atenta sobre os diferentes tipos de pessoas que povoam o nosso universo emprestado, do qual escolhemos fazer parte a repartir o empréstimo.
A você, meus préstimos.
Pra onde vai a senhorinha que, com um lenço na cabeça, atravessando a rua apressada, tendo a sua sacola quadriculada na mão direita?
Deleitei-me com o couro trançado revestindo seus calcanhares e deleitei-me também quando o par, calcanhares já não tinha.
Agora era o par que se revestia de oxigênio, esse O2 que circulava andante pelo ambiente que contém a máquina de fazer vento.
Quando o sonho leva aos irmãos, a realidade transpassa a família e sem pensar coisa alguma, aprendemos que o que junta é o infinito que as antenas em pares, e desta feita, especificamente em par, cola.
Essa é uma cola elástica, que aprende movimentos espirais, retilíneos, curvos, sem jamais perder o contato.
Adoramos aprender que a aprendizagem é mais importante que o ensino e que o ensino é mais importante que a aprendizagem, e que esse impasse foi quem deu o passe preciso para a goleada das ciências humanas.
Aprende-se e ensina-se, as bobagens e as sacadas, as sacolas e as tolices, as lagartas e as bromélias, toda essa porcariada lynda, que cotidianamente levamos na bagagem colorida e rústica, densa e elegante.
Em terra de lobos pretensiosos, reinam os porcos sem casa fixa.
Quando o ensinador é mais artista do que professor, o dito corre o risco de profanar o que o sistema rege e, portanto, mete-se em lodaçal nefasto a si próprio, afinal o sistema é dotado de recursos lamamovediços.
Quando o ensinador é mais professor do que artista, a arte encarrega-se de fazer o serviço sujo.
O que custa rebocar umas manchinhas sujismundas na xerocopiadora das repetidoras da não aprendizagem?
Não custa nada professar antena para um mundo cheio de cabeças visíveis.
Corações são necessários para remodelar afetos, carinhos, inexplicações e essas coisas tantas que emocionam por serem tão invisíveis.
Cabeças são boas para imprimir objetos, coraçõesantenas são excelentes para imprimir sujeitos

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011


Conecção antena.
Uns acreditam que as pessoas nascem com antenas voltadas à beleza, ao mundo, ao cosmos, esses caracteres todos pertencentes ao infinito.
Eu tenho certeza que a gente experencializa o infinito.
Traz o infinito para nossa finitude, e faz isso a todo instante, tanto que a nossa felicidade instantânea deve ser motivada a todo momento, afinal somos sedentos de infinitude e ávidos por felicidade.
Por isso dizem que o amor é infinito.
A mim não precisam dizer, ele é infinito mesmo, e está em nós, assim como está no universo e vice versa.
Devíamos talvez, nos contentarmos com a lindeza da felicidade instantânea, porém isso, artisticamente não é possível.
Nosso ego periférico, finito, almeja maneiras várias para recodificar e redecifrar, aquele único encanto alcançado.
Não se precisa nem do ócio creativo, pode-se estar no meio da paulista, ou na freguesia do ó, na vila barão, ou na santa teresinha, em todo canto queremos, podemos e devemos experenciar amor, parte do infinito.
Ouvi que a ética é o gerenciamento do querer, do dever e do poder, portanto a ética é o amor, já que podemos usar todos ao mesmo tempo quando amamos.
Só há como se amar se for de verdade.
De mentira o amor inexiste, não se existencializa através da gente.
Somos éticos, e portanto, amorosos.
Está nas plantas, nos animais e nas pedras.
Ao conhecer uma delas, pus no centro da mão e ela apresentou-se muito quente e assim permaneceu.
Anteontem a pus novamente na mão e estava gelada, assim acontece com as pedras.
Demorei mais tempo para enxergar amor nas pedras e ali também encontrei-o, como parte do infinito.
O que é finito, guarda em si todo o infinito e é por tudo isso que devemos nosso esforço para que o infinito transpareça em nós, afinal o infinito é cosmos, beleza, e é mundo, pureza.
Adjetivo e até substantivo, na substância que o infinito nele imprime.
Ontem encontrei, ao acaso, que de acaso nada tinha, uma dessas pedras e pus-me no chão a esculpi-la.
No inicial do trabalho, a clave, no seu avesso e no seu direito, apresentou-se infinita, já que do universo veio existenciar.
Posto que o material que lhe pertence é pedra, ainda há muito para que ame, no puro da existência do mundo adjetivo e substantivo.
Pintaram a escola pública de verde, a mesma cor da minha arquibancada após alfaces.
Dizem que tomates verdes são ótimos para salada, mas prefiro-os vermelhos.
Esses que dão brilho poético e ético, ao batom rubi.
Os mesmos que enfeitam as pequenas rodas que movimentam a carruagem que nos liga e nos antena

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011



E o comandante do barco gritou:
Olha o recife!
Eu adoro as possibilidades dentro das tarefas bem simples.
Hoje, uma sala inteira ficou em total silêncio, cada um viajando na sua atividade desenhística, numa das páginas apropriadas para o tal fim numa apostila didática.
Primeiro desenharam coisas, sim, coisas.
Doze no total, uma separada da outra.
O assunto era desenho industrial, ou seja, a utilidade da coisa, sua conformação com as linhas do corpo - ergometria -  e a sua cosmética, estética, beleza.
Pois bem, no segundo momento, cada ser, pôs-se a grudar uma coisa à outra para dar forma a algo que não fosse mais as coisas individualizadas.
Que dessem origem ao original, ou o anti isso, a creativa coisa.
Tinham que usar todas as doze coisinhas, e podiam até juntar mais e mais, àquelas que haviam sido desenhadas no primeiro momento.
Surgiram outras tantas coisas do grude das doze, muitas.
Desenho industrial às avessas.
Imaginativas coisas, sem serventia alguma, porém conservando alguma, ou total beleza.
Está tudo posto, o industrial, o artesanal, o artístico, enfim, tudo o que na cabeça infinita cabe e cabe a nós todos, transformar em finitas coisas.
Outro dia, de forma doce e importante, toalhas viraram casal e amalgamaram seus carinhos.
Coisa genial essa, de dar sentido diverso a coisas que ganharam seus sentidos por imposição, ou necessidade.
Desenhei alguma coisa na minha calça cinza.
A cada dia que passa o tecido ganha um sinal diferente.
Será que alguém vai perceber essas mudanças, a partir da sua particular antena?
Com certeza, coloquei os olhos numa peça interessante do meu automóvel na semana passada.
Já tinha visto a dita, porém nunca tinha prestado atenção.
No domingo, quando fui sair com o dito, ele apresentou defeito, andava mas não rendia.
Acabo de retornar da oficina pensando, que pela tradição, o defeito seria numa válvula, ou na peça da ignição eletrônica.
Qual nada, o defeito era numa peça chamada sonda.
Exatamente a peça que coloquei reparo anteriormente.
Amanhã, alguém verá o sinal que acabei de incluir na minha calça.
A lua vista da praia é alaranjada, tal qual o suco que descansa nos copos, ao lado dos pratos quadrados

domingo, 6 de fevereiro de 2011


Materialidade foi um território por mim estudado no curso on line sobre Arte.
Os materiais, seus pontos e contrapontos, superfícies, texturas, figura e fundo, tudo misturado.
Toalhas, talhas, navalhas, ovelhas e água, muita água, essa que ora falta e ora transborda.
transbordemos feito água, feito coisa que vai além e que enxerga o além de dentro.
Lembrei-me do deus de sempre e ele novamente me diz que deus de sempre é assim.
E é assim mesmo.
Apoia-se na haste de metal e escorre tecido até em baixo e se houver tecido junto, aí então, tecido pode ajustar-se sem linha ou agulha, tecido que é, que são, que estão grudados de afiarem o fio a confiarem tanto.
Não se trata das palavras dizerem alguma coisa, elas dizem.
Cá estão elas, não impressas no monitor, mas pairando etéreas, aéreas que são, a espera de antenas visionárias que as captem e as proponham novos significados, ou não, apenas as transcrevam como são.
E como são?
deus de sempre, sei não.
Nós só vemos

sábado, 5 de fevereiro de 2011


Um contorno preto, cores chapadas inteiras ocupando o espaço deixado pelo contorno e grafismos multicores estampados sobre os fundos anteriores.
Essa história multiplicada muitas e muitas vezes, em muitos tecidos, muitas paredes, muitas embalagens, muitas.
Algo que se pensou, se fez e se multiplicou.
Bonito.
Pode ser bonito.
Mas linda mesmo é a elegância de um achado poético.
Não necessariamente um achado numa poesia, mas achado numa imagem pintada, fotografada, esculpida, modelada, dançada em gestos e vozes.
Música.
Achar sem procurar muito, afinal achado já estava, apenas não estava percebido.
Perceber, é a união de várias imagens grudadas no inconsciente pelo sensível e organizadas no instante em que se chamou por uma tese.
Todas as informações relativas ao assunto, juntam-se em segundos no cérebro para resolver aquele enigma.
Outro dia disseram que isso chama-se competência e num outro momento também disseram que tem a ver com a neurolinguística.
O linguajar do cérebro.
Bonito.
Mas bonito mesmo é conseguir - coisa muito, muito difícil - agir assim em todos os instantes.
Estar atento ao menor ruído, ao maior outdoor, a menor palavra, ao maior dicionário.
Percebe que toda vez que se alcança, se quer mais e de outro jeito, se quer de outra forma e se quer um pouco mais.
Quisera ser assim mesmo e que conseguíssemos nos aprofundar mais a cada gesto, em cada jeito, em cada lembrança do moço bonito que nos sopra a criatividade em nós já residente.
É assim que é.
Pessoas tantas a necessitar de um justo toque, de uma necessária medida, de um lampejo de certeza, de várias doses de vibração e mais ainda de pequenos toques localizados, que neurolinguisticamente remetem uma doce mensagem ao cérebro.
A mensagem é o meu aprendizado constante, que consta no fechar da geladeira dando-me a oportunidade de pedir, e é constante na fluidez do babado alinhavado na barra metálica da moldura da cachoeira

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Univérsica, uma filosofia simples.
Eu central, invisível e ego periférico, visível.
O artista recebe de seu centro e dá forma ao objeto visível.
Universo, o uno, invisível e o verso, visível.
A idéia de que recebemos passivamente o sussurro genial de algo Além e simplesmente o reproduzimos, segundo a filosofia univérsica é passiva demais e propõe que o Eu central, em nós, contém a força do Universo.
Não esqueço jamais que, em mim, habitam as duas forças, quais sejam, o bem e o mal e que coloco redobrado esforço para que o mundo e o cosmos possam reinar com mais fluência nesse meu espaço humano.
Mundo, igual a pureza e cosmos, igual a beleza.
E não é que depois de cinquenta e um aninhos eu aprendo que a palavra cosmético vem do cosmos, beleza?
E o mundo então?
Imundo é impuro e sujo, já que o mundo é pureza.
Deriva daí o esforço que devemos promover para que esse nosso mundo seja um pouco menos egoísta a partir da intronização e consciência da nossa força universal.
Histórias não só das línguas, mas da intervenção da nossa sensibilidade vulnerável às belas coisas e aos belos acontecimentos.
Sensibilidade vulnerável.
Venham coisas e mais coisas, venham somar, venham multiplicar para que a doação seja ainda maior e as pessoas possam sentir e vulnerabilizarem-se mais e mais, transformando em objetos de bela pureza a subjetividade de todas as coisas.
Sujeito e objeto numa troca constante com o mundo e com o cosmos, com o invisível e o visível, para que enfim, possamos todos, empilharmos e sermos empilhados na oportunidade e na possibilidade de encararmos a esfera que nos parenteia tanto, instituindo o ser, com tudo aquilo que o invisível chama e a pele gruda

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011


A flor é feliz, porque um dia pode colocar todas as suas coisas interessantes numa caixona de vidro.
O homem estampado na sacola de papel craft fez questão de dar nome e resolveu que a caixona agora é uma vitrine.
Instituiu-se ali um empilhamento de características simples, porém de enorme substancialidade.
Uma sopa refinada de bom gosto.
O homem estampado no copo de vidro está pensando bastante sobre a utilidade intrínseca das coisas que ele produz, estando ainda estampado ali, no copo de vidro cônico, ou cilíndrico.
A certeza que o homem tem é que ele pode promover pequenas rachaduras no seu próprio copo vítreo e deve fazer e permanecer fazendo e dando seus pitacos nas coisas que são plausíveis de serem vistas e revisitadas, pelos olhares ainda desatentos.
Lugar santo esse, que recebe agora ornamentos tão elegantemente organizados pelas coisas aparentemente contrárias, tais como o leve e o pesado, o etéreo e o cheio de massa, o aço e o cetim.
A ligação nunca forjada entre as coisas deve permanecer assim, acontecendo, factuando, quase que obrigando os que têm olhos a verem.
A sentirem o gosto da delícia de saber o que essas coisas são, afinal, a delícia de ser o que se é é deliciosa mesmo.
A santa vem olhando pelo anteparo acrílico e vê uma esfera simbólica, dura, firme, e começou a fitá-la.
Até agora vem rodeando-a com uma fita de cetim roxa, circunferência a circunferência, fitando-a e voltando a fitá-la.
Fita tanto que a fita enfeita.
Enfeita com ainda mais surpresas, aquilo que originalmente já nasceu surpreendente

Esse mundo é uma paisagem com muita informação visual.
Esse lugar irradia o cérebro com cores, formas, linhas e pontos de tensão que conjugam-se entre si, numa teia vibrante a nos energizar a massa cefálica.
Lembro-me que dizem sempre que devemos, em tudo, buscar o equilíbrio.
Eis aí uma situação que foge do nosso controle.
Nessa paisagem, basta sairmos de casa e nos deparamos com uma quantidade brutal de informações visuais, que juntam-se às sonoras, formando uma sinfonia operística que avança sobre nós inteiramente.
Estava no trânsito e parei ao lado de um ônibus vermelho com detalhes em prata e o motorista ficou brincando com o freio a ar, enquanto o chapeiro da lancheria da esquina fritava seus hamburgueres e o martelo de ferro do pedreiro demolia uma paredezinha da reconstrução ao lado do campo de futebol de areia, com dois times de cinco atletas cada, uniformizados, mirassol e barça rosa.
Meu automóvel não tem som.
Não tem som?
Foi só o sinal vermelho tornar-se verde para que o enduro roncasse como fera desgarrada, junto com um tilintar de moedas brincando de sinos, na parte baixa esquerda do chassi, na subida da avenida.
Mistura sonora e imagética, densa e suave, escura e luminosa, real na realeza dos fatos.
Parado em silêncio, tocando-me de leve o peito, deitado sobre o plástico de uma piscina furada, azul e branca, pude ouvir roncado, o som da minha idéia e a pertinência da minha fome

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011


Uma menininha me disse que para relacionar o paladar à arte, um museu de arte moderna, ofereceu-lhe água de coco.
Os coqueirais da Bahia acenderam alguns vários compositores e romancistas, e esses, passaram a chamar poemas, novelas, inflamar crônicas e outras tantas manifestações da arte.
O gato sarnento que andava a pisotear a calçada de uma cidadezinha paulista teve a idéia de começar a fazer a propaganda e a publicação de um projeto ler.
Ler imagens e ler textos escritos, ler a vela acesa e ler a vela do barco do capitão, ler esse e também ler aquele que levantou a taça, essa, que recheada com vinho branco, brindamos sedentos de sorrisos e leveza.
Parece, e apenas parece, que carecemos de ler as coisas de forma muito singela.
Pegar ao acaso um pequeno texto, e ler.
No mesmo acaso, pegar uma fotografia, e ler.
Agarrarmos um jarro de plástico com tampa também plástica, e nos agarrarmos à sua leitura.
Numa pilha de livros, puxei um sobre filosofia da arte e não foi surpresa alguma eu abrir a página onde li sobre a teoria univérsica, que conclama o ego e o Eu, a participarem das mesmas ações, unindo o que é o finito com o seu infinito, para realizarem plenamente a solução de situações complexas.
Competência seria a capacidade de unirmos as ferramentas internas para a solução de situações complexas.
Todas as abelhas têm competência para retirarem das flores o conteúdo para a fabricação de mel na colméia, porém se algumas delas não a tem, devem ser descartadas.
Pessoas têm competência para produzirem, produzirem e produzirem coisas que têm muita utilidade prática, mas se possuem competência para produzirem inutilidades, que sejam louvadas essas, pela habilidade de transmutarem obviedades em coisas nunca dantes vistas, ou sentidas em qualquer uma das formas sentimentais.
Uma louça de banheiro masculino foi visitar um museu, alguém lhe ofereceu outro sentido e a menininha muito esperta, que não gostava de água de coco, sem que ninguém a visse, molhou a louça por dentro

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011


Um divertido bicho de pelúcia estava ancorado no telhado do vizinho.
Estava ali, sem que eu pudesse sentir seu cheiro, mas ainda assim era possível percebê-lo, através da aparência sujinha dos pelos plastificados, artesanalmente nele colocados.
Ali jazia há tempo, nem em pé, nem deitado.
Numa posição que transparecia sua vida brincante, na companhia de crianças, as músicas, as letras miúdas, os seus saltos bem altos, provocados pelos braços e mãos das crianças, jogando o bichinho tão alto, que ele um dia foi parar no telhado.
Os motivos que levaram, desta feita, as crianças não irem buscá-lo, podem ser muitos, porém talvez não caiba aqui enumerá-los.
Aqui cabe uma montanha de ursinhos, de todos os tons e cores, amontoados, de formar montanha de pelos artificiais.
Cabe de caber imenso, uma montanha deles, cerebralmente constituida e providenciada.
Vemos alpinistas espertos preparando-se para escalar tão diferente monte.
Com certeza não é o maior monte do mundo, mas é um monte de brincadeiras.
O resultado de muitas aventuras infantis, todas com a presença do urso, da bolhinha do sabão, da pipa, pandorga, do rolimã e da lente que colocava fogo em pedacinhos de papel, ao ser enfrentada pelos raios do sol.
Certa feita o menino atritou e atritou um pente de plástico no cabelo.
Já havia amontoado pedacinhos de papel num canto.
Colocou o pente atritado pertinho dos papeizinhos e pronto, todos correram para o pente através de um elétrico imã.
Ali estava o ursinho de pelúcia no telhado do vizinho, contando histórias.
As histórias estão todas ali, aqui, acolá, porém estão esperando para serem contadas por você, por mim, por todos os que enxergarem pelúcia nas plumagens mais espessas das nuvens, mesmo que as histórias das nuvens sejam mais costumeiramente contadas.
Nesse momento não enxergo mais o ursinho vestido de pelúcia, ele não está nem em pé e nem deitado.
Não o vejo mais.
Vejo apenas você em cima do telhado, fitando meus olhos de urso de pouca pelúcia, quase adormecido, recheado de sonhos e botões